Mesmo com vagas disponíveis na casa de passagem da cidade, muitos preferem continuar vivendo nas ruas.
Givaldo Cavalcanti
Além de representar a história de Campina Grande, os monumentos da cidade estão servindo de abrigo para moradores de rua. Depois da Praça da Bandeira e o viaduto Elpídio de Almeida, um dos principais cartões postais da Rainha da Borborema, os Tropeiros, localizado no Açude Velho, está servindo como casa para três pessoas que já peregrinaram em outras partes do município. Apesar da confirmação de que têm familiares que moram em uma residência, dois homens e uma mulher disseram que vão continuar vivendo no local.
Ednaldo Gomes do Nascimento, 36 anos, e o casal Roseane Luz da Silva,
28 anos, e Alexandre da Silva, 27 anos, estão desde a semana passada no
local e apesar da visita ontem pela manhã dos assistentes da Secretaria
de Ação Social, não demonstraram vontade de sair de um dos monumentos
mais importantes da história de Campina Grande. Roseane disse que está
na rua, pois sua avó não a aceita em casa e só deixa o local sob a
força da Polícia Militar.
“A gente fica aqui quieto, não mexe com ninguém. Eu cozinho aqui
mesmo porque a gente ganha comida das pessoas que moram por aqui. Minha
família não me aceita em casa, por isso vivo na rua”, disse a moça se
referindo à avó. Já seu companheiro, Alexandre, que já morou debaixo do
viaduto do Centro da cidade, disse que saiu de lá porque testemunhou um
assassinato. “Aqui é mais tranquilo e não queremos sair. Vivo na rua
desde os 9 anos de idade e sei bem como as coisas são”, afirmou.
De acordo com as assistentes sociais que visitaram o local, Fátima
Pereira e Elza Serrão, se os moradores de rua não demonstram interesse
em sair do local, a pasta não tem muito o que fazer. Para elas, a casa
de passagem do município que conta com 20 vagas disponíveis está pronta
para receber novas pessoas, mas isso tem que partir da vontade de quem
vive na ruas. “A gente vê que eles se encaixam no perfil, apesar de
alguns afirmarem que têm família com casa. Mas, se eles não querem sair,
nem com a força da polícia, aí não podemos fazer muita coisa”, explicou
Elza.
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