domingo, 5 de agosto de 2012

Praças públicas, situações opostas

Espaço de convívio social, boa parte das praças da capital sofre com falta de estrutura e necessita de revitalização.



Camila Alves


As praças públicas são importantes espaços de convívio social e de qualidade de vida. São nelas que as famílias se encontram, os adultos interagem, as crianças brincam – ou seja, onde todo mundo acha uma maneira de relaxar e se divertir. Pelo menos é assim que deve ser e que funciona quando as praças são estruturadas.
No entanto, nem todas as 180 praças localizadas em João Pessoa refletem essa realidade. Nos bairros de Manaíra, Torre e Bancários, por exemplo, há praças recentemente recuperadas e que servem de ponto de encontro e lazer da comunidade. Em outras áreas, como Mandacaru, Bairro dos Ipês e Tambiá, ir para a praça não é um programa tão bom assim.

Em Mandacaru, a praça da Cultura, apesar do nome, não tem nenhum equipamento de lazer, apenas bancos 'surrados' e bastante mato ao redor. A situação é pior na praça que abriga o ponto final do ônibus, localizada no cruzamento da rua João de Brito com a Valfilho Ribeiro.

“Essa praça é completamente abandonada. De manhã você só vê as idosas procurando um banco para se sentar e não tem”, disse Francisco Paulino, morador de Mandacaru há mais de 50 anos.

Ele também se queixou da falta de calçamento, do lixo acumulado, dos buracos e das pedras que tomam conta de toda a praça, representando perigo tanto para idosos quanto para as crianças.

No bairro dos Ipês, duas praças bem próximas uma da outra também são alvo de queixas pela população. A Tenente Lauro Leão Santa Rosa, segundo o estudante Alexandre Fernandes da Silva, só tem movimento e iluminação em dia de jogo, quando o dono do único quiosque do local abre as portas. Não existe nenhum tipo de quadra, parquinho ou qualquer equipamento de lazer – além dos postes estarem com as luzes queimadas, conforme Alexandre.

Já a Tacila Franca, no mesmo bairro, que possui uma pequena quadra e um parquinho, sofre com ações de vandalismo. “Isso é uma maldade, já cortaram as palmeiras várias vezes e o balanço e o escorrego (únicos aparelhos do parque) estão sempre pichados”, disse o comerciante Auri Araújo, que há dez anos trabalha no local.

Segundo ele, apesar desses problemas, durante a noite muitas pessoas frequentam a praça e o comércio rende um lucro regular.

Em um dos bairros mais antigos da cidade, o Tambiá, também há praças precisando de reparos. A Antônio da Silva Pessoa ainda é usada por 'velhos amigos' que gostam de jogar cartas ou dominó – mas que levam de casa os próprios bancos porque os da praça estão em sua maioria quebrados ou fragilizados.

“Falta urbanização em toda a praça, até as plantas foram arrancadas e colocaram outras bem pequenas que vão demorar ainda uns 20 anos para dar sombra”, apontou o taxista José Vicente Pereira.

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