Mata Atlântica paraibana ocupa 75,6 mil hectares e abriga 30 espécies animais em risco de extinção
Aline Martins e Felipe Ramelli
Com 75.641 hectares de Mata Atlântica, a Paraíba conta com uma rica
biodiversidade animal e vegetal. No bioma, é possível encontrar diversos
tipos de vegetação, como matas fechadas, mangues, restingas, matas
ciliares, além da arborização urbana.
Devido ao crescente desmatamento, as matas ainda abrigam vários animais que sofrem risco de extinção. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis da Paraíba (Ibama-PB), cerca de 30 espécies animais estão ameaçadas no Estado.
De acordo com Ronilson Paz, analista ambiental do Ibama, não é possível estipular quantas espécies animais existem na Paraíba, por causa da carência de estudos sistemáticos na área. No entanto, o especialista avalia que a biodiversidade é considerável na região, sobretudo entre os insetos. “Sabe-se que a diversidade de insetos (borboletas, libélulas, besouros, abelhas com e sem ferrão, cupins) é muito grande. Além de possuir vários mamíferos (macacos, raposas, tatus), répteis (cobras, jabuti, jacaré, lagartos, iguanas) e aves (tico-tico, sabiá, pica-pau, viuvinha, urubu, gaviões, bem-te-vi, coruja, bacurau)”, afirma.
Para Ronilson Paz, o principal fator que põe em risco a existência das espécies mais raras é a destruição do habitat natural dos animais que vivem nas florestas. Por essa razão, muitos animais não conseguem se adaptar a um novo habitat, comprometendo a perpetuação da espécie. “Tendo em vista que a maioria dos animais só consegue sobreviver numa faixa mínima dos recursos ambientais, grande parte das espécies não consegue se adaptar, por exemplo, a uma variação muito grande de temperatura”, explica.
O município de Santa Rita é o local com maior presença de Mata Atlântica, com 13.772 hectares. Apesar de não ter grande concentração, João Pessoa tem 1.659 hectares remanescentes, mas tem a maior reserva que é a Mata do Buraquinho, com 515 hectares, conforme estudo da ONG SOS Mata Atlântica.
Flora é rica mas precisa de atenção
A flora de João Pessoa é composta por espécies típicas da Floresta Estacional Semidecidual, tipo de vegetação pertencente ao bioma da Mata Atlântica e que é caracterizado por dois tipos de estações: uma de chuvas intensas e a outra, de um período de estiagem. Nela é possível encontrar pau-brasil, sapucaia, imbiriba, sucupira, amescla, ipê-branco, jatobá, ipê-amarelo, ipê-roxo e munguba dentre outras.
Já nas áreas de várzeas e matas ciliares, o graduando, através da orientação do coordenador de Estudos Ambientais da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Thiago César Farias da Silva, explicou que ocorre com maior frequência o bulandi.
Nos terrenos ou áreas mais elevadas situadas entre dois vales, ocorrem os “tabuleiros” (savanas) que é uma formação campestre com arvoretas, exclusivas de áreas arenosas lixiviadas, como o cajueiro, mangabeira, guajiru, sucupira, murici da praia e perobinha compondo a vegetação.
Nas zonas costeiras estuarinas, predomina a vegetação de manguezais, composta pelo mangue vermelho, mangue-preto, mangue-branco e mangue-de-botão. Nas praias a cobertura vegetal é composta de gramíneas de crescimento rasteiro e diferentes espécies de ciperáceas e gramíneas. Dentre as espécies vegetais conhecidas para a capital, são tidas como ameaçadas de extinção três espécies, a Chrysobalanus icaco L (Guajiru), Bowdichia virgilloides Kunth (sucupira) e Swartzia pickelii Killip ex Ducke (jacarandá)
Apreensões
De acordo com o Superintendente do Ibama, Bruno Faro Eloy, só no primeiro semestre deste ano, o órgão apreendeu mais de três mil animais silvestres que eram mantidos irregularmente em cativeiro.
O número já representa cerca de 60% do total de apreensões realizadas no ano passado, quando ocorreram mais de cinco mil ocorrências. Quem pratica o crime ambiental está sujeito a multas que variam de R$ 500 a R$ 5.000 por animal apreendido, além de penalidades judiciais.
Espécies raras resistem na Paraíba
Dentre as espécies raras encontradas em João Pessoa, o Ibama destaca o Gavião-pombo pequeno (Leucopternis lacernulata), que está na lista dos animais ameaçados de extinção no País.
De acordo com Ronilson Paz, o animal é um pequeno gavião, como sugere o nome popular, que chega a pouco mais de 50 cm de altura e 90 cm de envergadura. Ele se alimenta de aranhas, pequenas cobras, roedores, pequenos mamíferos, lagartixas, insetos, aves e mocós. Bastante comum nas matas pessoenses há alguns anos, a jaguatirica (Leopardus pardalis mitis) é outro animal bastante raro na região.
Espécies raras de primatas também podem ser encontradas na Paraíba. Uma delas é o guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul), que geralmente habita áreas de vegetação aberta de transição, com alta frequência de babaçu e também é encontrado em áreas de floresta ombrófila aberta e floresta estacional semidecidual em meio à Caatinga e até em vegetação de mangue.
A sua característica mais marcante é o dicromatismo sexual. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os machos são negros, com as extremidades dos membros, cauda e parte do dorso em tom ruivo e a lateral com pêlos dourados. A coloração das fêmeas é, na maioria das vezes, pardo-amarelada, com uma tonalidade olivácea.
O macaco-prego galego (Cebus flavius) é outra espécie remanescente que habita, além da Paraíba, os estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Eles consomem carne e vegetais e chegam a utilizar pedras e galhos como ferramentas para obter alimentos.
Conforme o ICMBio, a espécie é uma das cinco contempladas pelo Plano de Ação Nacional (PAN) dos Primatas do Nordeste em áreas que englobam os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Devido ao crescente desmatamento, as matas ainda abrigam vários animais que sofrem risco de extinção. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis da Paraíba (Ibama-PB), cerca de 30 espécies animais estão ameaçadas no Estado.
De acordo com Ronilson Paz, analista ambiental do Ibama, não é possível estipular quantas espécies animais existem na Paraíba, por causa da carência de estudos sistemáticos na área. No entanto, o especialista avalia que a biodiversidade é considerável na região, sobretudo entre os insetos. “Sabe-se que a diversidade de insetos (borboletas, libélulas, besouros, abelhas com e sem ferrão, cupins) é muito grande. Além de possuir vários mamíferos (macacos, raposas, tatus), répteis (cobras, jabuti, jacaré, lagartos, iguanas) e aves (tico-tico, sabiá, pica-pau, viuvinha, urubu, gaviões, bem-te-vi, coruja, bacurau)”, afirma.
Para Ronilson Paz, o principal fator que põe em risco a existência das espécies mais raras é a destruição do habitat natural dos animais que vivem nas florestas. Por essa razão, muitos animais não conseguem se adaptar a um novo habitat, comprometendo a perpetuação da espécie. “Tendo em vista que a maioria dos animais só consegue sobreviver numa faixa mínima dos recursos ambientais, grande parte das espécies não consegue se adaptar, por exemplo, a uma variação muito grande de temperatura”, explica.
O município de Santa Rita é o local com maior presença de Mata Atlântica, com 13.772 hectares. Apesar de não ter grande concentração, João Pessoa tem 1.659 hectares remanescentes, mas tem a maior reserva que é a Mata do Buraquinho, com 515 hectares, conforme estudo da ONG SOS Mata Atlântica.
Flora é rica mas precisa de atenção
A flora de João Pessoa é composta por espécies típicas da Floresta Estacional Semidecidual, tipo de vegetação pertencente ao bioma da Mata Atlântica e que é caracterizado por dois tipos de estações: uma de chuvas intensas e a outra, de um período de estiagem. Nela é possível encontrar pau-brasil, sapucaia, imbiriba, sucupira, amescla, ipê-branco, jatobá, ipê-amarelo, ipê-roxo e munguba dentre outras.
Já nas áreas de várzeas e matas ciliares, o graduando, através da orientação do coordenador de Estudos Ambientais da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Thiago César Farias da Silva, explicou que ocorre com maior frequência o bulandi.
Nos terrenos ou áreas mais elevadas situadas entre dois vales, ocorrem os “tabuleiros” (savanas) que é uma formação campestre com arvoretas, exclusivas de áreas arenosas lixiviadas, como o cajueiro, mangabeira, guajiru, sucupira, murici da praia e perobinha compondo a vegetação.
Nas zonas costeiras estuarinas, predomina a vegetação de manguezais, composta pelo mangue vermelho, mangue-preto, mangue-branco e mangue-de-botão. Nas praias a cobertura vegetal é composta de gramíneas de crescimento rasteiro e diferentes espécies de ciperáceas e gramíneas. Dentre as espécies vegetais conhecidas para a capital, são tidas como ameaçadas de extinção três espécies, a Chrysobalanus icaco L (Guajiru), Bowdichia virgilloides Kunth (sucupira) e Swartzia pickelii Killip ex Ducke (jacarandá)
Apreensões
De acordo com o Superintendente do Ibama, Bruno Faro Eloy, só no primeiro semestre deste ano, o órgão apreendeu mais de três mil animais silvestres que eram mantidos irregularmente em cativeiro.
O número já representa cerca de 60% do total de apreensões realizadas no ano passado, quando ocorreram mais de cinco mil ocorrências. Quem pratica o crime ambiental está sujeito a multas que variam de R$ 500 a R$ 5.000 por animal apreendido, além de penalidades judiciais.
Espécies raras resistem na Paraíba
Dentre as espécies raras encontradas em João Pessoa, o Ibama destaca o Gavião-pombo pequeno (Leucopternis lacernulata), que está na lista dos animais ameaçados de extinção no País.
De acordo com Ronilson Paz, o animal é um pequeno gavião, como sugere o nome popular, que chega a pouco mais de 50 cm de altura e 90 cm de envergadura. Ele se alimenta de aranhas, pequenas cobras, roedores, pequenos mamíferos, lagartixas, insetos, aves e mocós. Bastante comum nas matas pessoenses há alguns anos, a jaguatirica (Leopardus pardalis mitis) é outro animal bastante raro na região.
Espécies raras de primatas também podem ser encontradas na Paraíba. Uma delas é o guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul), que geralmente habita áreas de vegetação aberta de transição, com alta frequência de babaçu e também é encontrado em áreas de floresta ombrófila aberta e floresta estacional semidecidual em meio à Caatinga e até em vegetação de mangue.
A sua característica mais marcante é o dicromatismo sexual. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os machos são negros, com as extremidades dos membros, cauda e parte do dorso em tom ruivo e a lateral com pêlos dourados. A coloração das fêmeas é, na maioria das vezes, pardo-amarelada, com uma tonalidade olivácea.
O macaco-prego galego (Cebus flavius) é outra espécie remanescente que habita, além da Paraíba, os estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Eles consomem carne e vegetais e chegam a utilizar pedras e galhos como ferramentas para obter alimentos.
Conforme o ICMBio, a espécie é uma das cinco contempladas pelo Plano de Ação Nacional (PAN) dos Primatas do Nordeste em áreas que englobam os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
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