domingo, 5 de agosto de 2012

PB tem frota de 6 mil alternativos irregulares

Categoria luta para que o Estado regularize esse tipo de transporte; empresas reclamam de prejuízos



Isabela Alencar

Seis mil veículos alternativos circulam pelas estradas paraibanas, mas embora atendam uma parcela da população que não teria outros meios de locomoção, os serviços desse setor ainda não são regularizados. De acordo com o presidente da Federação dos Alternativos, Expedito Bandeira, apenas a Paraíba continua sem normalizar esses profissionais, realidade diferente dos demais Estados brasileiros. Segundo ele, com a efetivação do transporte, novos empregos poderiam ser gerados, além do recolhimento de impostos dos que ainda estão na clandestinidade.
Há 20 anos levando e trazendo pessoas do município de Puxinanã a Campina Grande, no Agreste paraibano, o motorista de transporte alternativo José Januário, de 44 anos, contou sobre a importância desse tipo de condução. “As empresas regularizadas têm um horário fixo para passar e os passageiros muitas vezes têm urgência em chegar. Mas o pior é que os veículos legais não estão oferecendo um serviço de qualidade”, lamentou. O industriário David Soares, de 23 anos, contou que prefere o alternativo justamente pela segurança e conforto. “A gente sabe que o sistema é deficiente e que formas que possam nos oferecer mais comodidade têm que ser consideradas. Eu por exemplo prefiro o transporte alternativo porque os ônibus que passam por Puxinanã deixam a desejar”, explicou. Com a regularização, o intuito é justamente oferecer condições que tragam qualidade para o usuário, segundo informou o presidente da federação.
“A importância do trabalho desses profissionais é tão grande que eles estão se regularizando em todo o país. Somente a Paraíba ainda não se manifestou sobre o assunto e o nosso intuito é justamente firmar uma parceria com o Estado para que esse serviço se torne legalizado. Nós queremos uma licitação pública, queremos ser legais, queremos trazer muitos veículos com qualidade e a nossa contrapartida também serão os impostos”, contou Expedito.
De acordo com ele, dos 100 mil transportes alternativos do país, 60 mil já estão normalizados, atendendo uma grande parcela da população que possui um sistema deficiente ou não possui nenhum outro meio de transporte. Na Paraíba, 60 mil pessoas utilizam esse serviço e em 54 municípios ainda não existe sistema convencional de transporte.
O motorista Clécio Tavares há 10 anos transporta passageiros de Patos a Campina Grande. Ele contou que em muitos municípios sertanejos, os alternativos são a única forma de locomoção dos habitantes. “O nosso trabalho vai além porque a gente não apenas transporta, mas nos preocupamos com os passageiros. Muitos são idosos, crianças, pessoas doentes, que locomovemos desde a sua casa até o hospital. O que fazemos é um serviço essencial para a população”, desabafou o motorista.



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