Um pedido de vista suspendeu ontem o julgamento no Tribunal Regional Eleitoral de dois agravos regimentais no Caso Cuiá.
Lenilson Guedes
Lenilson Guedes
Um pedido de vista
suspendeu ontem o julgamento no Tribunal Regional Eleitoral de dois
agravos regimentais no caso da desapropriação da fazenda Cuiá pela
prefeitura de João Pessoa nas eleições de 2010. Os agravos foram
interpostos pelo governador Ricardo Coutinho, pelo prefeito Luciano Agra
e pela ex-secretária de Planejamento Estelizabel Bezerra.
O relator do caso, juiz Miguel de Britto Lyra, votou pela rejeição
dos recursos, sendo acompanhado pelos juízes João Bosco Medeiros e
Márcio Accioly. Os demais juízes, Tércio Chaves e Sylvio Porto, deixaram
para votar depois da manifestação do desembargador José Di Lorenzo
Serpa, que pediu vista dos autos.
Os agravantes contestam a decisão do relator, que determinou a quebra
do sigilo bancário das empresas Assare Comércio, Locação de Veículos e
Coelhos Tecidos Ltda, localizadas no estado do Ceará e que fizeram
doações para a campanha de Ricardo ao governo em 2010.
O pedido foi feito pelo Ministério Público Eleitoral, sob o argumento
de que "as referidas empresas não têm suporte fiscal para justificar as
doações”. A Assaré doou R$ 448.600,00 e a Coelhos R$ 100.000.00.
Na sessão do TRE, os advogados de Ricardo Coutinho argumentaram que
os pedidos do MPE foram apresentados de forma extemporânea, uma vez que
já teria sido encerrada a instrução processual. O relator, juiz Miguel
de Britto Lyra, negou a informação e disse que o processo está com a
perícia. Ele explicou que “a quebra de sigilos fiscal e bancários
encontra respaldo no artigo 22, VI, VII e VIII, da LC nº 64/1990, que permite
ao relator proceder às diligências que julgar necessárias ao deslinde
da causa”.
A desapropriação da fazenda Cuiá, realizada às vésperas das eleições
de 2010, levou a coligação do ex-governador José Maranhão a impetrar uma
Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), em função da suposta
existência de Caixa Dois na campanha de Ricardo Coutinho.
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