Pesquisadores pedem que além da investigação sobre as mortes dos peixes-bois, sejam realizadas melhorias no cativeiro.
Nathielle Ferreira
Para a pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Thaís
Garcia, além de realizar uma investigação minuciosa sobre a mortandade
no cativeiro dos peixes-bois, as autoridades responsáveis também
precisam melhorar as instalações da Área de Preservação Ambiental. Ela é
coordenadora de um projeto de extensão que beneficia pescadores do Rio
Tinto e conta que o local onde é feita a assistência aos peixes-bois é
deficitário.
“Não há equipamentos, laboratórios e nem a presença permanente de
veterinários e biólogos. Tudo que acontece aqui é preciso acionar as
equipes que ficam em Itamaracá. Os exames também são feitos em
Pernambuco. Nas instalações da Área de Preservação Ambiental existe
apenas uma casa que funciona mais como ponto de apoio dos funcionários e
nada mais”, lamenta.
Já o chefe da Área de Preservação Ambiental, Sandro Roberto da Silva
Pereira, rebate as críticas. Ele explicou que o Projeto Peixe-Boi
funciona em diferentes linhas de trabalho. Uma equipe é especializada
por fazer o resgate de animais que ficaram encalhados e correndo risco
de morte. Eles são levados para um centro de tratamento que fica em
Itamaracá e ficam no local até serem totalmente recuperados. A próxima
fase é entregar o animal ao mar ou rio, para eles seguirem a vida
normal. No entanto, antes disso, os peixes-bois são enviados para um
cativeiro natural, onde são monitorados, alimentados e readaptados a
viver no mar.
“A base da Paraíba funciona para isso. É um cativeiro de readaptação
de animais por mais de seis meses e, depois, são devolvidos ao mar. Não é
necessário ter uma base de laboratório ali. Os veterinários vêm de
Pernambuco, regularmente, para fazer visitas. Em 2011, foram devolvidos
quatro animais ao oceano”, disse Sandro Roberto.
Em 2011 houve óbito de peixe-boi na Barra de Mamanguape, mas a morte
ocorreu quando o animal foi solto no mar. A suspeita é que o animal
tenha consumido plástico. “Depois de soltar, ainda monitoramos os
peixes-bois por dois anos, graças a rádio que prendemos ao corpo dele. É
claro que nossa estrutura poderia melhorar, mas as duas mortes
registradas no sábado não foram causadas por qualquer falta de
estrutura”, destacou Sandro Roberto.
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