domingo, 15 de julho de 2012

Cresce verticalização e insegurança na capital

João Pessoa vive auge da expansão imobiliária, mas sofre com violência e déficit na saúde.




Se alguém tiver a oportunidade de comparar fotos antigas de João Pessoa das décadas de 70 ou 80 com as de hoje, vai se impressionar. O cenário mudou totalmente. A cidade vive o auge da expansão imobiliária e do crescimento vertical. De acordo com o presidente do Sindicato da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Irenaldo Quintans, o mercado imobiliário praticamente dobrou seu crescimento nos últimos anos.
Atualmente são seis mil imóveis verticais novos ou em construção. Cerca de R$ 2 bilhões são injetados no município através do investimento privado. Quintans disse também que a maior demanda da construção civil está nos bairros do Bessa e Bancários. “Isso se deve à estabilidade econômica e o fácil acesso ao crédito bancário, além dos programas de habitação, como o 'Minha Casa, Minha Vida', do governo federal”, afirma o presidente.
A capital também enfrenta outros problemas além da moradia e transporte. A insegurança atormenta a vida dos moradores da cidade. Segundo o Mapa da Violência 2012 Jovens do Brasil, elaborado pelo Instituto Sangari, a taxa de homicídios tem aumentado na maioria das capitais. De acordo com o Mapa, a cidade de João Pessoa subiu da 13ª posição (com 37,8%) para a 2ª posição (com 80,3% homicídios) a cada 100 mil habitantes.
O bairro de Mandacaru é considerado um dos mais violentos da cidade. A secretária do lar Maria do Socorro Araújo Gomes, 45, que mora no local, disse que vive assustada. “Em um dia mataram cinco pessoas, as crianças não podem brincar fora de casa, pois há risco de bala perdida”, afirmou.
A saúde do município também passa por dificuldades, apesar de números positivos de atendimento e unidades hospitalares. Segundo o IBGE (2009) a cidade disponibiliza 152 estabelecimentos, sendo duas unidades federais, 15 estaduais e 135 municipais. A prefeitura disponibiliza 180 equipes de saúde da família que atuam no município em uma abrangência de atendimento de 89,73% segundo dados do site da instituição. Um dos hospitais municipais é o Complexo Hospitalar de Mangabeira (Trauminha), que por mês realiza em média 270 cirurgias de ortopedia e trauma.
Mesmo com esses números, alguns dos 125 PFSs da cidade muitas vezes deixam de atender a população, como relata Maria do Socorro Araújo, que faz apelo para melhoria da saúde no PSF de Mandacaru. Segundo ela, a falta de médico, dentistas ou de materiais para procedimentos cirúrgicos dentários são constantes.
“Quando não faltam dentistas, falta o material para fazer procedimentos cirúrgicos e temos que vir três vezes no PSF para pegar uma ficha”, afirmou. (Com colaboração de Juliana Santos)


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