Políticos teriam oferecido também pagar
contas de energia elétrica e até contribuição previdenciária para
conseguirem mais eleitores
23 de julho de 2012 | 17h 06
23 de julho de 2012 | 17h 06
Luciano Coelho, especial para O Estado de S. Paulo
O procurador regional eleitoral, Alexandre Assunção, revelou
que existem diversos inquéritos em andamento para apurar a compra de
votos em troca de água no semi-árido, do pagamento de contas de energia
elétrica, e até em troca de pagamento de contribuição previdenciária. O
MPE orientou aos promotores que abram inquérito para apurar as denúncias
e ingressem com as respectivas ações em cada caso. O procurador não
quis revelar o nome dos candidatos denunciados e nem quais municípios
estavam sob investigação.
Para Alexandre Assunção, a aplicação da Lei da Ficha Limpa e o rigor
na fiscalização das eleições vão impor mais transparência ao pleito e
inibir atos ilícitos de alguns políticos em busca de votos.
"Esta lei da ficha limpa é uma esperança e um marco nas eleições. É
uma nova página na história política e para isso contamos com o apoio
dos cidadãos e com os promotores atuando com todo o rigor que a lei
requer. Vamos fazer todo o possível para ter uma eleição mais correta.",
comentou o procurador eleitoral.
Segundo ele, todas as denúncias estão sendo apuradas e investigadas
para que os candidatos eleitos sejam capazes de exercer bem suas
funções. Alexandre Assunção confirmou que foram feitas denúncias sobre a
compra de votos em troca de água no semi-árido, e até o pagamento de
contribuição previdenciária para obter o sufrágio.
"Tomamos conhecimento e o fato está sendo apurado pelo promotor
local. Estão sendo abertos investigações cível e criminal sobre o caso. É
lamentável este tipo de comportamento, principalmente, se aproveitando
da necessidade da população para tirar proveito disso, com um ato
ilícito que deve ser punido.", confirmou o procurador, sem querer
informar qual o político ou em qual município isso estava acontecendo.
Ele se limitou a dizer apenas que era no semi-árido, onde tem escassez
de água em decorrência da seca.
Alexandre Assunção revelou que dois ilícitos estavam sob investigação
sobre compra de votos, mas pelo menos outros sete estão sendo apurados
pelo Ministério Público. "Isso, se comprovado, pode resultar em ações
criminal e cíveis. O candidato pode ter o registro de candidatura
cassado, ter pena de multa e ainda ficar inelegível por até oito anos.",
advertiu o procurador.
Ele estava indignado com a compra de votos se aproveitando das
necessidades da população mais carente. "Tivemos noticias de compra de
votos com material de construção, de pagamento de conta de energia,
pagamento de conta de água e até o pagamento de contribuição
previdenciária, fatos que estão sendo apurados e investigados, inclusive
pela Polícia Federal. Não vamos facilitar. Tudo está sendo apurado e,
em alguns casos, já tem até condenação em primeira instância. Nossa
missão é combater a corrupção e a compra de votos.", adiantou o
procurador regional eleitoral.
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