quinta-feira, 19 de julho de 2012

Partidos não chegam a um consenso sobre carreatas em CG

Entidades da sociedade campinense pedem o fim das carreatas.

 
A realização de carreatas durante a campanha eleitoral está gerando polêmica em Campina Grande. Entidades que defendem o fim deste tipo de evento promoveram uma reunião na manhã de ontem no auditório da Associação Comercial (ACCG) e decidiram encaminhar à Justiça Eleitoral um documento pedindo a proibição de carreatas nas principais avenidas da cidade. Os representantes das coligações participaram do debate, mas não entraram em acordo.

Integrantes das equipes de campanha de todos os sete candidatos a prefeito estiveram presentes. Duas coligações defenderam a realização das carreatas, juntamente com o representante da candidatura de Alexandre Almeida (PT). Esta foi a posição das coligações 'Por Amor a Campina', do candidato Romero Rodrigues (PSDB) e da coligação 'Campina Segue em Frente', de Tatiana Medeiros (PMDB).

“As carreatas são permitidas pela legislação eleitoral, não é uma questão de código de trânsito. Já temos uma decisão favorável e queremos exercer esse direito”, afirmou José Mariz, representante jurídico da coligação 'Por Amor a Campina', lembrando da decisão da Justiça Eleitoral de manter as carreatas em Campina.

Já Júnior Flor, da coligação 'Campina Segue em Frente' destacou o direito à expressão. “Temos de respeitar o direito do cidadão à livre e espontânea manifestação da campanha eleitoral. Se hoje proibimos carreatas, estarão proibindo até comício e com isso a campanha vai se reduzir a quê? A carreata permite o contato direto com o povo em vários bairros ao mesmo tempo”, defendeu.

Já as coligações 'Pra Campina Crescer em Paz', da candidata Daniella Ribeiro (PP), e 'Campina Grande Ideal', do candidato Guilherme Almeida (PSC), posicionaram-se contra as realizações das carreatas. Os candidatos Artur Almeida (PTB) e Sizenando Leal (PSOL) estiveram no encontro e também defenderam o fim deste tipo de manifestação pública em Campina.

Como não houve consenso, ficou decidido que será solicitada a proibição apenas nos pontos de maior fluxo, onde a interrupção do trânsito geraria transtornos para a mobilidade urbana. A proposta é impedir as carreatas no entorno do Açude Velho, bem como nas avenidas Brasília, Floriano Peixoto, Manoel Tavares, João Quirino e Avenida Canal. Áreas próximas de igrejas e hospitais também deveriam ser evitadas.

A proposta será encaminhada para o juiz da 72ª Zona Eleitoral de Campina Grande, Ely Jorge Trindade, responsável pela propaganda de rua, a quem caberá a decisão final.

Um dos defensores do fim das carreatas foi o promotor Herbert Targino. Segundo ele, os candidatos deveriam abrir mão das carreatas, apesar da permissão na lei eleitoral. “Estou aqui não como promotor, mas como cidadão. Nem tudo o que é legal é legítimo e o bem jurídico que estamos defendendo aqui é a paz social”, argumentou.

ENTIDADES
Participaram do debate representantes de entidades da sociedade civil, como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CG), Diocese de Campina Grande, Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil (Omeb-PB), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), Associação Comercial de Campina Grande (ACCG), Sindicato dos Comerciários e Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do município (Sitrans).

Apenas o representante do Sindicato dos Comerciários, José do Nascimento Coelho, foi favorável à realização de carreatas. Já a OAB-CG defendeu o respeito às normas. “A nossa posição é de que seja cumprida a lei, com a preocupação pelo cuidado pela vida humana”, afirmou Fernandes Júnior, presidente em exercício.

As entidades defenderam ainda que os candidatos e organizadores de carreatas devem ser responsabilizados judicialmente em caso de haver qualquer tipo de acidente durante a realização desses eventos de campanha.


 

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