Lagoa sofre com os mesmos problemas de décadas passadas; muitas obras já foram anunciadas, mas poucas saíram do papel.
Valéria Sinésio
Valéria Sinésio
Um cartão postal abandonado. É essa a impressão de quem passa pela Lagoa do Parque Sólon de Lucena, no Centro de João Pessoa. A estrutura precária, o trânsito desordenado e a violência mostram que o local ainda sofre com os mesmos problemas de décadas passadas. Muitas obras já foram anunciadas, como a passagem exclusiva para ônibus no anel interno e a reurbanização do local, mas na prática, pouca coisa saiu do papel.
Pela demora na execução dos projetos de melhoria, a população parece desacreditada quando o assunto em questão é a Lagoa.
As secretarias de Planejamento (Seplan), Desenvolvimento Urbano
(Sedurb) e Infraestrutura (Seinfra) da Prefeitura Municipal de João
Pessoa (PMJP) não têm previsão de projetos a curto ou médio prazo para o
Parque Sólon de Lucena e, algumas vezes, chegam a divergir sobre o que é
melhor para o local.
Um dos grandes projetos anunciados para a Lagoa foi anunciado no ano
passado, pelo prefeito Luciano Agra. O 'Caminho Livre' prevê a
diminuição do fluxo de veículos que convergem para a Lagoa, além da
remoção do tráfego no anel interno, que seria destinado apenas para
ônibus. Os demais veículos passariam pelo anel externo. Um ano após o
anúncio, nada foi feito e o trânsito na Lagoa, principalmente na hora do
rush continua caótico, com vias congestionadas e motoristas
estressados.
Conforme explicou o superintendente Nilton Pereira, da Secretaria de
Mobilidade Urbana (Semob), a parte de estudos já foi concluída, e que a
execução é de responsabilidade da Seinfra.
“O que cabia à nossa pasta já foi feito, agora é com a Seinfra, que
precisa licitar e executar a obra”, declarou. Por sua vez, o secretário
Marcelo Cavalcanti, da Seinfra, disse que recebeu o projeto, mas que
ainda não há previsão para concretizá-lo.
O trânsito é apenas um dos pontos a serem resolvidos na Lagoa. A
estrutura precária, com calçadas esburacadas e grades quebradas é outro
motivo de reclamação entre comerciantes e a população em geral. “Acho
que deveriam fazer uma obra aqui na Lagoa, porque a gente percebe um
local abandonado, sem cuidado nenhum”, disse o comerciante André
Pereira, que há dez anos vende óculos de sol na Lagoa.
A manicure Jaqueline Santiago, que trabalha em um salão de beleza nas
proximidades, também lamenta as condições estruturais do local. “Parece
que a Lagoa é um problema sem solução. Muito se discute, mas nada é
feito, nem acredito mais que um dia isso vai mudar”, declarou. As
calçadas quebradas acabam sendo um problema ainda maior para quem tem
alguma dificuldade de locomoção.
O presidente da Associação dos Comerciantes e Ambulantes da Lagoa, Juarez Pereira, reclamou da precariedade da estrutura.
Disse ainda que a associação tenta, junto à prefeitura, uma solução,
mas que por enquanto nada foi realizado. “A associação fez alguns
reparos nas calçadas, mas foi apenas um paliativo”, frisou.
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