domingo, 15 de julho de 2012

Projetos para Lagoa não são executados

Lagoa sofre com os mesmos problemas de décadas passadas; muitas obras já foram anunciadas, mas poucas saíram do papel.


Rizemberg Felipe

Um cartão postal abandonado. É essa a impressão de quem passa pela Lagoa do Parque Sólon de Lucena, no Centro de João Pessoa. A estrutura precária, o trânsito desordenado e a violência mostram que o local ainda sofre com os mesmos problemas de décadas passadas. Muitas obras já foram anunciadas, como a passagem exclusiva para ônibus no anel interno e a reurbanização do local, mas na prática, pouca coisa saiu do papel.
Pela demora na execução dos projetos de melhoria, a população parece desacreditada quando o assunto em questão é a Lagoa.
As secretarias de Planejamento (Seplan), Desenvolvimento Urbano (Sedurb) e Infraestrutura (Seinfra) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) não têm previsão de projetos a curto ou médio prazo para o Parque Sólon de Lucena e, algumas vezes, chegam a divergir sobre o que é melhor para o local.
Um dos grandes projetos anunciados para a Lagoa foi anunciado no ano passado, pelo prefeito Luciano Agra. O 'Caminho Livre' prevê a diminuição do fluxo de veículos que convergem para a Lagoa, além da remoção do tráfego no anel interno, que seria destinado apenas para ônibus. Os demais veículos passariam pelo anel externo. Um ano após o anúncio, nada foi feito e o trânsito na Lagoa, principalmente na hora do rush continua caótico, com vias congestionadas e motoristas estressados.
Conforme explicou o superintendente Nilton Pereira, da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), a parte de estudos já foi concluída, e que a execução é de responsabilidade da Seinfra.
“O que cabia à nossa pasta já foi feito, agora é com a Seinfra, que precisa licitar e executar a obra”, declarou. Por sua vez, o secretário Marcelo Cavalcanti, da Seinfra, disse que recebeu o projeto, mas que ainda não há previsão para concretizá-lo.
O trânsito é apenas um dos pontos a serem resolvidos na Lagoa. A estrutura precária, com calçadas esburacadas e grades quebradas é outro motivo de reclamação entre comerciantes e a população em geral. “Acho que deveriam fazer uma obra aqui na Lagoa, porque a gente percebe um local abandonado, sem cuidado nenhum”, disse o comerciante André Pereira, que há dez anos vende óculos de sol na Lagoa.
A manicure Jaqueline Santiago, que trabalha em um salão de beleza nas proximidades, também lamenta as condições estruturais do local. “Parece que a Lagoa é um problema sem solução. Muito se discute, mas nada é feito, nem acredito mais que um dia isso vai mudar”, declarou. As calçadas quebradas acabam sendo um problema ainda maior para quem tem alguma dificuldade de locomoção.
O presidente da Associação dos Comerciantes e Ambulantes da Lagoa, Juarez Pereira, reclamou da precariedade da estrutura.
Disse ainda que a associação tenta, junto à prefeitura, uma solução, mas que por enquanto nada foi realizado. “A associação fez alguns reparos nas calçadas, mas foi apenas um paliativo”, frisou.



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