05/07/2012 13:58
Nonato Guedes
Nonato Guedes
O Partido Ecológico Nacional - PEN, onde o deputado estadual Toinho
do Sopão está ingressando, com a condição de presidi-lo na Paraíba,
constitui-se a trigésima sigla homologada no país pelo Tribunal Superior
Eleitoral. Não poderá lançar candidatos às eleições deste ano tendo em
vista que o prazo de filiações já havia sido encerrado quando do seu
registro, aprovado no dia 19 de junho por seis votos contra um no TSE. O
voto contrário foi emitido pelo ministro Marco Aurélio Mello, que
apontou falha no processo burocrático para implantação da agremiação. O
deputado Toinho do Sopão formalizou, hoje, seu desligamento dos quadros
do PTN, pelo qual foi eleito com quantidade expressiva de votos no
pleito de 2010, tendo João Pessoa como principal reduto. Ele discordou
do apoio da cúpula do PTN à candidatura de Estelizabel Bezerra, do PSB,
preferindo apoiar, individualmente, a candidatura do senador Cícero
Lucena, do PSDB.
Queixou-se, também, de ter sido vítima de manobras internas para
negar-lhe espaço dentro do PTN, onde aspirava a presidência do diretório
municipal. “Infelizmente não foi levada em conta a representatividade
que alcancei nas urnas”, ponderou o deputado, ressabiado por não ter
sido, sequer, indicado como opção para a vice em chapas de outras
legendas. Ele prometeu trabalhar pelo engrandecimento da nova legenda,
fortalecendo a sua estrutura para os embates futuros. Na sua página
oficial, o Partido Ecológico Nacional anuncia que irá preencher um
espaço no cenário político brasileiro. A legenda é presidida por Adilson
Barroso, ex-deputado estadual pelo PSC de São Paulo e líder da
Assembleia de Deus, que segue o modelo da Igreja Universal, com
ramificações sólidas dentro do PRB.
O fato de já existir o Partido Verde não
incomoda os articuladores do Partido Ecológico, que consideram normal a
proliferação de legendas com plataformas parecidas, citando como
exemplo a concorrência entre legendas trabalhistas. O presidente
nacional Adilson Barroso afirma que falta continuidade nas políticas
voltadas para o meio ambiente no país, expressando que as ações de
governo são meramente pontuais e, portanto, limitadas. “Os ideais do PEN
afastam-se do campo meramente político para se aproximarem do campo
ecológico”, raciocina ele.
Antecedendo a criação do PEN, despontou no cenário brasileiro o PSD,
cujo mentor é o atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A
legalização do PSD foi marcada por polêmicas causadas por denúncias de
falsificação de atas e de subscrições ilegais ou duplicadas, o que
retardou a sua consolidação em vários Estados. Os problemas acabaram
sendo contornados graças a um trabalho de mobilização das principais
lideranças. Na Paraíba, o PSD é presidido pelo vice-governador Rômulo
Gouveia, que deixou os quadros do PSDB alegando falta de prestígio na
agremiação. O ex-vice-governador José Lacerda Neto, que ocupa secretaria
no governo Ricardo Coutinho e que se desligou do DEM, é outra figura de
destaque no PSD, ao lado da filha, a vereadora Raíssa Lacerda,
designada para comandar o diretório municipal em João Pessoa. O PEN, a
despeito do voto contrário do ministro Marco Aurélio, não enfrentou
outros obstáculos para se viabilizar na conjuntura partidária
brasileira. Por enquanto, o Partido Ecológico não definiu posição sobre a
participação, ou não, na base política que dá sustentabilidade ao
governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A definição será tomada à
proporção que a legenda se estruturar melhor, segundo explicam seus
dirigentes. Eles preveem uma revoada de deputados federais de outros
partidos para o PEN, que teria a chance de vir a possuir a décima
bancada na Câmara.
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