Pesquisa realizada em CG mostra que lixo a céu aberto, é o tipo de poluição que mais incomoda a população.
Givaldo Cavalcanti
Givaldo Cavalcanti
Uma pesquisa realizada no último mês de junho por alunos do Colégio Teensite, com 380 moradores de Campina Grande, constatou que o tipo de poluição que mais incomoda a sociedade é a do lixo depositado a céu aberto. Pelo menos foi o que apontaram 42,6% dos entrevistados, que também confirmaram um número preocupante para o futuro do meio ambiente na cidade. Apenas 15,8% afirmaram ser um defensor da natureza.
Coordenada pelo professor de matemática, Dinary Schneweiss, a
proposta da pesquisa Meio Ambiente no Meu Ambiente foi inicialmente
conscientizar os estudantes da escola, para depois, com o resultado dela
buscar propagar a necessidade de preservação de áreas vitais para a
vida em sociedade. “Se a maioria das pessoas afirmam que não fazem nada
para defender o meio ambiente, isso é preocupante. Assim como o maior
vilão da poluição ser o lixo jogado em terrenos a céu aberto”, confirmou
o professor.
O resultado dessa pesquisa traduziu a realidade de várias localidades
do município onde diversos terrenos sem muro são transformados em
depósitos de lixo. O comerciante Humberto Barbosa, 42 anos, morador do
bairro de Bodocongó, é vizinho de um desses locais e não esconde os
transtornos que passa por conta da presença dos restos que são
despejados no local. “Na minha casa tudo é fechado para impedir a
entrada de ratos, porque por aqui é normal. E quem tem criança em casa
fica com medo por conta de doenças”, disse o morador da rua Manoel
Joaquim Ribeiro.
Já a dona de casa Maria do Socorro denunciou que se houvesse
participado da pesquisa também apontaria a poluição do lixo como
principal preocupação. “Quem sofre com essa sujeira são os moradores
próximos dos terrenos, porque quem mora longe vem e joga o lixo no
terreno. A coleta passa, mas as pessoas não respeitam de jeito nenhum”,
confirmou.
Com o resultado da pesquisa, o professor Dinary espera que
Organizações Não Governamentais (ONGs), bem como órgãos públicos ligados
ao meio ambiente, possam estabelecer metas e estratégias para mudar
esse panorama. “Quase a metade das pessoas que participaram da pesquisa
admitiram que não sabem o que fazer para reciclar o próprio lixo. Se não
existe uma educação nesse sentido, nós deveremos ter implicações graves
no futuro, já que a produção de lixo é cada vez maior”, acrescentou.
A representante da coordenadoria de Meio Ambiente de Campina Grande,
Marília Pereira, afirmou que está em processo de conclusão o projeto de
coleta seletiva que será implantado na cidade para que o lixo produzido
seja melhor aproveitado. Já o secretário de Serviços Urbanos, Fábio
Almeida, afirmou que Campina produz um total entre 15 e 17 mil toneladas
de lixo por mês, e que existe regularidade na coleta dos bairros com
dez carros de transporte para o lixo e 14 caçambas.
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