Local foi fechado em 5 de agosto de 2003, data que João Pessoa completava 419 anos.
Nathielle Ferreira
O lixão foi fechado no
dia 5 de agosto de 2003 por decisão da Prefeitura de João Pessoa. Na
mesma data, entrou em funcionamento o aterro sanitário, criado pelo
governo municipal, na divisa da Paraíba com Pernambuco. As mudanças
foram realizadas no mesmo dia em que a cidade completava 419 anos de
existência, como lembra o jornalista Carlos César Ferreira, que era
secretário de Comunicação da capital, na época.
Os detalhes dessa história também foram descritos nas páginas do
livro “O lixão do Róger: o começo e o fim”, elaborado pela Secretaria de
Comunicação de João Pessoa. Em síntese, a obra explica que a
desativação do lixão foi acompanhada por trabalho de recuperação
ambiental.
“A área de 17 hectares do lixão começou a ser recuperada depois de
quase meio século de degradação ambiental. Era o começo do fim de uma
chaga exposta bem às margens do rio que viu a cidade nascer, ali tão
próximo de uma boa parte do seu belo acervo arquitetônico”, destaca
Carlos César.
Segundo ele, o primeiro passo da recuperação foi, tecnicamente, um
processo de “remediação ambiental” que contemplou a drenagem do chorume,
a extração de gases e compactação do solo. Após esta etapa, ocorreu o
transplante de 1.500 árvores adultas, mas que não vingaram.
“O trabalho teve início anos antes, quando a prefeitura começou a
cuidar, primeiro, das pessoas, dos catadores, das mulheres, das crianças
que viviam, literalmente, no lixo”, acrescenta o jornalista.
Já no final de 1997, as famílias que moravam dentro do lixão, em
barracos de papelão e plástico, passaram o Natal em apartamentos no
condomínio Esperança, construído exclusivamente para atendê-las. No ano
seguinte, 1998, os filhos passaram a frequentar creche e escola.
“Numa segunda etapa, os antigos catadores foram alfabetizados,
capacitados e transformados, desde então, em agentes ambientais
responsáveis pela coleta seletiva nos bairros nas duas estações de
triagem instaladas uma no antigo lixão e outra no aterro sanitário”,
recorda o ex-secretário de Comunicação.
A prefeitura iniciou a coleta seletiva pelos bairros dos Estados,
Cabo Branco, Tambaú, Manaíra, Bessa, 13 de Maio, Pedro Gondim e
Mandacaru. “Surgiu, assim, a Associação dos Trabalhadores em Materiais
Recicláveis, que o município apoiou para que o trabalho dos agentes
passasse a ser feito com segurança, higiene e mais geração de renda”,
acrescentou.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
De acordo com o jornalista, que acompanhou tudo de perto, o governo
iniciou um trabalho de educação ambiental nas escolas públicas e
privadas. Os alunos acompanharam as fases de fechamento do lixão e
também o funcionamento do aterro sanitário. Os colégios receberam
cartilhas educativas e recipientes específicos para distribuição correta
do material reciclável.
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